Auryanne Queiroz , O Imparcial
Com o assassinato de Abdias de Sousa Cardoso, 24, na manhã da última segunda-feira, chegam a 18 os homicídios contra homossexuais em São Luís, desde 2000. As informações foram catalogadas pelo Centro de Referência GLBT (Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros) Jane Rhandall. Os dados recolhidos pelo Centro, apontam ainda que os transgêneros - homens que se vestem e agem como mulher – são as maiores vítimas deste tipo de violência. Este grupo representa mais da metade das vítimas, o que era o caso de Abdias.
Calculada o total de homicídios pelo período de catalogação de dados, atinge-se uma média de três casos por ano. De acordo com a presidente da Associação de Transgêneros do Maranhão (Atrama), Sabrina Drummond (ele próprio um Transgênero) por conta da exposição da orientação sexual, o segmento se torna alvo mais vulnerável a agressões.
“A violência contra travesti é gerada a partir das agressões verbais. Por está vestido de mulher, as pessoas começam a caçoar, fazendo piadinha, e se o homossexual tiver a auto-estima baixa ele acaba revidando para se defender. E é ai que tudo começa”, informou Sabrina. Ela revelou ainda que o Centro (praça João Lisboa, Beira-Mar, Centro Histórico), a avenida Guajajaras (São Cristóvão) e o Itaqui –Bacanga são áreas que possuem maior incidência de casos. Conforme o Coordenador do Centro de Referência GLBT, Fabrizio Correia, vários são os fatores que levam a ocorrência de crimes contra homossexuais. “Geralmente a maioria dos crimes são passionais. Mas há aqueles que acontecem por conta dos agressores serem homofóbicos (avessos a homossexuais)”, disse.
Segundo o coordenador de Promoção de Direitos Humanos da Secretária Extraordinária de Direitos Humanos, Airton Ferreira, até o final deste semestre será lançado um plano de ação voltado para a promoção da cidadania homossexual e para o combate a violência e discriminação contra o segmento GLBT. Ele declarou ainda que o plano será desenvolvido aos moldes do programa nacional “Brasil Sem Homofobia”. “Através do programa nacional queremos desenvolver o plano de ação ‘Maranhão Sem Homofobia’. Para a criação do nosso programa, Além de doze secretárias do governo estadual, do Ministério Público, da OAB-MA, estaremos nos reunindo com todos os segmentos representantes do movimento GLBT, mais a sociedade civil. Até Junho estaremos lançando o plano e nos reunindo com a secretária de segurança para levar até ela nossa realidade, para que providencias sejam tomadas”, anunciou Airton.
Publicado em 07-Mar-2007 - Enviado por Gleidson Pavão
Nenhum comentário :
Postar um comentário